DE CU PARA A LUA



Livro do Nelson Mota...

Finalmente, consegui terminar a leitura da autobiografia do Nelson Mota. A minha demora na leitura foi causada pelo cansaço e o sono e não porque se trata de um livro difícil. O texto é muito bem escrito e é uma delícia de ler. No início, achei que aquele esquema de colocar números como títulos dos capítulos parecia se referir aos anos de vida do autor. depois, vi que não era exatramente isso e não tinha linearidade cronológica. Talvez tenha pensado assim porque em 2013, eu consegui publicar um livro sobre vários temas importantes da vida como alegria, fé, amor usando recortes autobiográfico dos meus cinquenta anos de vida completados naquele ano e usei os números dos anos como nome dos capítulos. Foi uma beleza passear pela história de meio século capturando coisas para formar uma esteira sobre a qual eu me deitaria para refletir sobre valores e experiências. 

Nelson Mota é um escritor experimentado, não obstante ter uma trajetória marcada pela música e pelo mundo do espetáculo. Ele tem um pouco mais de idade do que eu, mas me deu um prazer danado acompanhar suas histórias.

O autor se sente um homem de sorte em quase tudo e por isso, inteligentemente, deu um título tão pouco convencional para seu livro. No amor, na família, na carreira profissional, como pai, como amigo. Ele conta suas dores muito discretamente e coloca ênfase em uma linha condutora de pessoa certa, na hora certa, com as pessoas certas. Gostei disso. Afinal, o que vale na vida é exatamente o bom que dela extraímos e as esparrelas são apenas incidentes de percurso na tentativa de buscar o melhor. 

Causou-me impressão a imensa rede de amizade que ele fez com uma constelação de figuras nacionais de diversos tipos no mundo show business. Depois, quem tem a sorte de dividir os melhores dias de sua trajetória existencial entre Rio, Nova York e Roma, realmente não pode reclamar da vida.

É interessante o modo como Nelson Mota fala de sua aventura literária. Ele escreveu muito e escreveu sempre. Além de roteirista de espetáculos, ele é um autor reconhecido e nesse livro fala da sua metodologia de trabalho escrevendo e reescrevendo. 

Eu, na verdade, ando muito intrigado com o fato de nunca ter conseguido adquirir uma disciplina nessa área. Escrevo meio às cegas, tenho pavor de revisão e quando cismo de ler algo que escrevi tenho vontade de incinerar o material. 

Admiro alguém como o Nelsinho que demonstra ter o maior cuidado com o que escreve e parece ter muito consciência sobre as escolhas de estilo. Essa autobiografia, por exemplo, está na terceira pessoa. Ele fala dele como se não fosse ele.

vale ler.

Rafael Vieira
11.05.2022

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