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LAÇOS DE AFETO

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  Laços de afeto (Il filo invisibile, Itália, 2022). Direção: Marco Simon Puccioni. Elenco: Filippo Timi, Francesco Scianna e Francesco Gheghi. Um filme surpreendente, coisa rara nesse gênero. Parece mais um comercial com temas bem pensados, estratégias calculadas e a formatação, pouco a pouco, de um painel muito inteligente sobre as principais questões que gravitam em torno de histórias gays no mundo inteiro. E tudo isso, mesmo considerando a pegada italiana, sem exageros. Uma trama que enquadra tudo tão direitinho que parece mais uma receita de bolo do que um filme feito recentemente. O enquadramento na primeira pessoa – o garoto conta sua história num documentário da escola – se presta bastante bem para que a gente seja conduzido por ele mesmo quando as cenas não lhe dizem respeito. E não parece existir a ideia de resolver os problemas com soluções psicológicas profundas: tudo é imediato, rápido, total. Chega a ser banal, produto de publicidade pura, sem nenhum tipo de abordage
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DOMINGOS MONTAGNER - O ESPETÁCULO NÃO PARA Um espétaculo de livro! Daqueles preparados com tal esmero que passa a impressão ao leitor de que cada parágrafo foi pensado, medido, construído com uma fita métrica na mão. Não falta nada, não passa nada. É um prazer imenso virar cada página. Eu fiquei impressionado como o pesquisador, o biógrafo admira o biografado. Cada expressão usada no livro, referindo-se ao seu personagem central, carrega um quê de admiração e respeito. Nota-se, atrevo-me a afirmar, que há uma relação profunda entre quem conta a história e a pessoa que a protagoniza. Dá gosto perceber esse envolvimento. O texto fica mais interessante, mais afetivo. Eu, pelo menos, gosto de livros escritos desse modo. Tive a oportunidade de entrevistar o autor antes de ler o livro e agora percebo que, apesar de ter sido uma conversa muito agradável, poderia ter sido muito melhor. Paciência. A data da gravação da entrevista não me possibilitou ler o livro de modo a construir uma papo melh

DE CU PARA A LUA

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Livro do Nelson Mota ... Finalmente, consegui terminar a leitura da autobiografia do Nelson Mota. A minha demora na leitura foi causada pelo cansaço e o sono e não porque se trata de um livro difícil. O texto é muito bem escrito e é uma delícia de ler. No início, achei que aquele esquema de colocar números como títulos dos capítulos parecia se referir aos anos de vida do autor. depois, vi que não era exatramente isso e não tinha linearidade cronológica. Talvez tenha pensado assim porque em 2013, eu consegui publicar um livro sobre vários temas importantes da vida como alegria, fé, amor usando recortes autobiográfico dos meus cinquenta anos de vida completados naquele ano e usei os números dos anos como nome dos capítulos. Foi uma beleza passear pela história de meio século capturando coisas para formar uma esteira sobre a qual eu me deitaria para refletir sobre valores e experiências.  Nelson Mota é um escritor experimentado, não obstante ter uma trajetória marcada pela música e pelo m

ELEIÇÕES 202

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A campanha começou... Nesta quinta-feira, 5 de maio, já era o começo da noite, e eu passei por uma experiência tão estranha que me pareceu ser importante compartilhar com vocês nesse espaço de reflexão . Eu saí do trabalho e pedi uma corrida por um aplicativo. Entrei no carro e o motorista estava com o rádio ligado em alto volume . Isso sem, nem ao menos, me perguntar se havia interesse meu em ouvir aquilo daquela altura. Cansado e com um pouco de dor de cabeça, acabei ficando indignado com a empresa multinacional que reúne motoristas no mundo inteiro, a UBER, que prometeu mundos e fundos de melhoria nos serviços de transporte de passageiros em relação aos taxis. Lembrei-me que, no início da operação desse tipo de serviço no Brasil, os motoristas perguntavam aos passageiros se queriam água, balinha e até que tipo de música os interessava. Tudo isso acabou. Mas a coisa piorou. No som do carro passei a ouvir uma longa sonora do presidente da república falando do quanto ele melhorou a vid

O RETORNO

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DE VOLTA... Eu comecei esse blog lá na primeira metade da década passada. Tentei manter uma regularidade. Infelizmente, não consegui. Minha última experiência foi levá-lo para um site que eu mantive por alguns anos no qual eu colocava mais conteúdo, inclusive, um arquivo com o texto e um comentário sobre o evangelho do dia. Não me parece que houve muita adesão. Em todo caso, acho que foi uma fase maravilhosa porque me deu oportunidade de, todos os dias, fazer uma meditação de no máximo 4 minutos sobre a palavra e o testemunho de Jesus Cristo. Pretendo ainda continuar a experiência dessa meditação - necessária - no formato de podcast. Estou pedindo ajuda aos amigos que entendem melhor da ferramenta. Mesmo aqui no blog, depois de tanto tempo, ainda não cheguei a um formato estável. Nos últimos anos deixei para ficar sob o nome de "Rafeiro" minhas partilhas sobre o que li, ouvi e vivi, e mais precisamente registrei pequenas resenhas de livros e filmes. Já pensei se não seria o